Botafogo dá aula de futebol, nocauteia Peñarol no Rio e passeia até a final
Goleada histórica
O Botafogo mostrou sua melhor versão na noite desta quarta-feira no Nilton Santos para construir uma goleada histórica, por 5 a 0, sobre o Peñarol, em jogo de ida da semifinal da Libertadores. Vitória que deixa o Alvinegro muito perto de uma vaga na grande decisão do torneio. Destaque para grande atuação de Luiz Henrique, que conseguiu desarmar a retranca uruguaia, e Savarino, autor de dois gols.
O Botafogo devolveu a confusão das ruas do Rio com uma aula de futebol no Nilton Santos, nocauteou um atordoado Peñarol com uma goleada de 5 a 0 em uma noite histórica e agora caminha até a final da Libertadores, deixando o sonho do título inédito mais vivo do que nunca.
Os cariocas resolveram o duelo em oito minutos com gringos em alta. O venezuelano Savarino iniciou a contagem com um chute cruzado, o zagueiro argentino Alexander Barboza cravou o segundo golpe após agarra-agarra na área e o próprio meia-atacante nocauteou os adversários com um chute forte.
Ainda deu tempo de Luiz Henrique e Igor Jesus marcarem e cravarem o 5 a 0. O ponta fez um golaço de cobertura, enquanto o atacante aproveitou rebote do goleiro e, de cabeça, colocou a cereja no bolo de uma noite histórica.
Atrasos e confusões
O A delegação do Peñarol chegou ao local da partida faltando apenas 1 horas para a bola rolar. Representantes do clube, culparam a logística que a Polícia Militar planejou para a chegada do time. Também relataram atos de vandalismo da torcida do Botafogo no trajeto, como tentativas de atirar pedras e garrafas. Em dado momento, a PM teve de intervir com gás de pimenta. Ao fim do jogo, mais confusões foram registradas, mas dentro do estádio, com embate entre torcedores do Peñarol e policiais.
Primeiro tempo
O Peñarol começou a partida sendo um pouco mais perigoso, apostando em bolas aéreas e lances em profundidade, que fizeram a defesa do Botafogo trabalhar. Aos poucos, o time da casa passou a controlar a posse de bola, enquanto os uruguaios recuaram e abdicaram de atacar. O cenário, porém, não se traduziu em domínio do Alvinegro. A equipe de Artur Jorge tentava trocar passes na frente da área do Peñarol, buscava espaços mas tinha muita dificuldade de se infiltrar. Outra obstáculo alvinegro foi na parte psicológica. Os carboneros cavaram muitas faltas, provocaram e tentaram ganhar tempo nas bolas paradas. Apenas nos minutos finais, os Botafogo conseguiu aumentar a intensidade e velocidade no ataque e chegou com perigo com chutes de média distância. Destaque para finalização de Luiz Henrique que exigiu boa defesa de Aguerre.
Segundo tempo
O Alvinegro voltou ao segundo tempo mais focado e impondo um ritmo intenso desde o início. Logo no primeiro minuto, Savarino recebeu na entrada da área e soltou uma bomba, que obrigou Aguerre a fazer uma grande defesa. Mas aos cinco o gol saiu. Luiz Henrique conseguiu um ótimo passe para o venezuelano bater na saída do goleiro. O gol desestabilizou bastante o time visitante, que perdeu a rigidez defensiva do primeiro tempo e passou a dar muitos espaços na frente de sua área. Instantes depois, após bola aérea, Igor Jesus passou para Barboza amplicar. E o Botafogo não deixava o Peñarol respirar. Na sequência, Luiz Henrique começou mais uma jogada, passou para Vitinho que deu assistência para mais um gol de Savarino. O técnico Diego Aguirre fez algumas mudanças em sua equipe, tentou fazer com que seus jogadores segurassem mais a bola para, quem sabe, descontar. Mas o posicionamento mais avançado foi ingrediente ideal para o Alvinegro ampliar o placar. Aos 27, foi a vez de Luiz Henrique aproveitar sobre de Jesus e encobrir o goleiro Aguerre. Seis minutos depois, Igor Jesus deixou o seu, após o goleiro rebater finalização de Almada. Na reta final, Léo Fernández assustou em cobrança de falta, que fez John se atrapalhar. Sem mais sustos, o Botafogo deixou o campo com um recital de futebol que encaminhou um lugar na grande decisão da Libertadores.
Os times decidem a vaga na decisão do torneio continental na outra quarta (30). O duelo, desta vez, será disputado no Campeón del Siglo, em Montevidéu. O Peñarol precisa vencer por cinco gols de diferença para levar para os pênaltis ou por seis ou mais gols para avançar.
Quem passar enfrenta o ganhador de Atlético-MG x River Plate: os mineiros fizeram 3 a 0 no jogo de ida da outra semifinal, disputado na terça (22), e encaminharam a classificação.
Como foi o jogo
O 1° tempo teve muita tensão, catimba e alternância de poder. Sem pressa para jogar e apostando em lances de profundidade, o Peñarol chegou a incomodar a defesa brasileira em meio às 15 faltas e aos quatro cartões, mas também sofreu com algumas investidas na parte final — principalmente a partir de Luiz Henrique, que tornou-se a principal dor de cabeça para os uruguaios em arrancadas pela ponta direita.
A etapa final teve show de gringos com três gols em oito minutos e brasileiros coroando uma noite histórica. Elétrico, o Botafogo marcou com o venezuelano Savarino (duas vezes) e o argentino Barboza, que incendiaram o Nilton Santos. Ainda deu tempo de Luiz Henrique e Igor Jesus finalizarem o rival com gols na casa dos 30 minutos.
Gols e destaques
Confusão precoce. O duelo começou, como esperado devido aos acontecimentos fora do Nilton Santos, bastante quente dentro das quatro linhas: Alex Telles arrancou pela esquerda, foi derrubado (sem falta, segundo o árbitro) por Méndez e tomou uma bronca de Darias, que inaugurou a série de confusões generalizadas ao alegar simulação do brasileiro.
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