Segundo projeções, republicano deve levar a melhor em todos os estados-chave, onde pesquisas indicavam que a disputa seria acirrada. Trump também melhorou desempenho em estados democratas.
A vitória rápida e ampla de Donald Trump marcou o resultado da eleição dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6). O republicano venceu tanto nos votos populares quanto em número de delegados — pela primeira vez em 20 anos (entenda diferença mais abaixo).
Trump abocanhou todos os estados-chave, aqueles decisivos para o resultado da eleição, segundo projeção da agência de notícias Associated Press, e ainda avançou em redutos tradicionalmente democratas.
O desempenho, após meses de pesquisas que apontavam uma disputa acirrada e um cenário incerto, surpreendeu o próprio comitê de Donald Trump, segundo o jornal "The New York Times".
Veja por que Trump teve um dos desempenhos mais folgados dos últimos anos nos EUA a partir dos tópicos abaixo:
Vitória em números e nos colégios eleitorais
Todos os estados-chave
Avanço em estados democratas
Subúrbios
Wisconsin
Vitória em números e nos colégios eleitorais
O candidato republicano venceu em duas frentes: tanto no número total de votos populares quanto no Colégio Eleitoral, o sistema de contagem de votos que é utilizado pelos EUA para declarar um vencedor.
Até a última atualização desta reportagem, Trump havia conquistado 292 delegados, 22 a mais que o número necessário para se eleger (veja tabela acima). Na votação popular, o republicano havia conquistado 71.859.582 votos, mais que os 66.990.141 votos de sua adversária, a democrata Kamala Harris.
Havia 20 anos que um candidato republicano não tinha uma vitória "dupla" — a última vez que isso aconteceu foi quando o ex-presidente George W. Bush se elegeu, em 2004.
Na prática, vencer nas duas frentes não faz diferença para a eleição de um candidato. Mas o desempenho duplo tem também um peso simbólico: mostra que o republicano teve também apoio amplo da população, e não venceu apenas por meio dos complicados cálculos da eleição norte-americana.
Nos EUA, é apenas o número de delegados — espécies de representantes dos eleitores que refletem o resultado dos votos populares — que determina quem vencerá o pleito. Cada estado tem um número específico de delegados, e todos eles vão para o candidato que tiver o maior número de votos em cada estado.
Por isso, pode acontecer de um candidato ter mais votos de eleitores, mas perder na contagem de delegados.
Foi exatamente o que ocorreu na primeira vitória de Trump, em 2016. Na ocasião o republicano derrotou a então candidata democrata, Hillary Clinton, apenas no Colégio Eleitoral. Ou seja: a democrata conquistou mais votos numericamente — se os EUA tivessem uma eleição direta, como o Brasil, Hillary teria vencido.
Neste ano, pesquisas de intenção de voto sugeriam que o mesmo poderia acontecer. Na maioria delas, Kamala aparecia ligeiramente à frente de Trump nas intenções de voto nacionais, mas em situação de empate técnico nos estados-chave.
O resultado, no entanto, contrariou essa tendência, e Trump levou a melhor nas duas frentes.
Trump, segundo projeções, também deve vencer em todos os estados-chave — os estados onde não há uma tradição de preferência por um ou outro partido, e o voto varia de acordo com cada eleição. Por isso, esses sete estados — Carolina do Norte, Georgia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada e Pensilvânia — acabam atraindo quase toda a atenção.
Desde que Kamala Harris assumiu a candidatura do Partido Democrata no lugar de Joe Biden, que desistiu da corrida eleitoral, as pesquisas de intenção de voto vinham apontando uma situação de empate nos sete estados-chave.
Alguns levantamentos apontavam uma ligeira vantagem de Trump em alguns deles, mas ainda dentro da margem de erro.
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